Mudanças entre as edições de "Mar Profundo"

1 byte adicionados ,  12h25min de 14 de junho de 2023
sem sumário de edição
 
Linha 86: Linha 86:
Além disso, regiões como planícies abissais (e.g. Clarion-Clipperton, no oceano Pacifico central),<ref>Lodge, M.; Johnson, D.; Le Gurun, G.; Wengler, M.; Weaver, P.; Gunn, V. 2014. Seabed mining: International Seabed Authority environmental management plan for the Clarion-Clipperton Zone. A partnership approach. Marine Policy, 49, 66-72. doi: 10.1016/j.marpol.2014.04.006</ref> e altos, como a Elevação de Rio Grande, no Atlântico Sul,<ref>Montserrat, F.; Guilhon, M.; Corrêa, P. V. F.; Bergo, N. M.; Signori, C. N.; Tura, P. M.; Maly, M. de los S.; Moura, D.; Jovane, L.; Pellizari, V.; Sumida, P. Y. G.; Brandini, F. P.; Turra, A. 2019. Deep-sea mining on the rio Grande Rise (Southewestern Atlantic): a review on environmental baseline, ecosystem services and potential impacts. Deep-Sea Research I, 45, p. 31-58. </ref> são locais de interesse comercial pela quantidade de nódulos polimetálicos existentes junto ao fundo marinho.<ref>Jones, D. O. B.; Simon-Llédo, E.; Amon, D. J.; Bett, B. J.; Caulle, C.; Clément, L.; Connelly, D. P.; Dahlgren, T. G.; Durden, J. M.; Drazen, J. G.; Felden, J.; Gates, A. R.; Georgieva, M. N.; Glover, A. G.; Gooday, A. J.; Hollingsworth, A. L.; Horton, T.; James, R. H.; Jeffreys, R. M.; Laguionie-Marchais, C.; Leitner, A. B.; Lichtschlag, A.; Menendez, A.; Paterson, G. L. J.; Peel, K.; Robert, K.; Schoening, T.; Shulga, N. A.; Smith, C. R.; Taboada, A.; Thurnerr, A. M.; Wiklund, H.; Young, C. R.; Huvenne, V. A. I. 2021. Environemnte, ecology and potential effectiveness of an area protected from deep-sea mining (Clarion Clipperton Zone, abyssal Pacific). Progress in Oceanography, 197: 102653</ref> Bem como fontes hidrotermais, que concentram diversos minerais de alto valor econômico como o cobre, chumbo, prata, ouro e zinco. Por isso, muitas vezes estes ecossistemas são alvos de mineração submarina, causando estresse e possíveis danos nos seres que ali habitam.<ref>Magdalena N. Georgieva, Crispin T.S. Little, Valeriy V. Maslennikov, Adrian G. Glover, Nuriya R. Ayupova, Richard J. Herrington. The history of life at hydrothermal vents, Earth-Science Reviews, Volume 217, 2021, 103602, ISSN 0012-8252, <nowiki>https://doi.org/10.1016/j.earscirev.2021.103602</nowiki>.</ref>  
Além disso, regiões como planícies abissais (e.g. Clarion-Clipperton, no oceano Pacifico central),<ref>Lodge, M.; Johnson, D.; Le Gurun, G.; Wengler, M.; Weaver, P.; Gunn, V. 2014. Seabed mining: International Seabed Authority environmental management plan for the Clarion-Clipperton Zone. A partnership approach. Marine Policy, 49, 66-72. doi: 10.1016/j.marpol.2014.04.006</ref> e altos, como a Elevação de Rio Grande, no Atlântico Sul,<ref>Montserrat, F.; Guilhon, M.; Corrêa, P. V. F.; Bergo, N. M.; Signori, C. N.; Tura, P. M.; Maly, M. de los S.; Moura, D.; Jovane, L.; Pellizari, V.; Sumida, P. Y. G.; Brandini, F. P.; Turra, A. 2019. Deep-sea mining on the rio Grande Rise (Southewestern Atlantic): a review on environmental baseline, ecosystem services and potential impacts. Deep-Sea Research I, 45, p. 31-58. </ref> são locais de interesse comercial pela quantidade de nódulos polimetálicos existentes junto ao fundo marinho.<ref>Jones, D. O. B.; Simon-Llédo, E.; Amon, D. J.; Bett, B. J.; Caulle, C.; Clément, L.; Connelly, D. P.; Dahlgren, T. G.; Durden, J. M.; Drazen, J. G.; Felden, J.; Gates, A. R.; Georgieva, M. N.; Glover, A. G.; Gooday, A. J.; Hollingsworth, A. L.; Horton, T.; James, R. H.; Jeffreys, R. M.; Laguionie-Marchais, C.; Leitner, A. B.; Lichtschlag, A.; Menendez, A.; Paterson, G. L. J.; Peel, K.; Robert, K.; Schoening, T.; Shulga, N. A.; Smith, C. R.; Taboada, A.; Thurnerr, A. M.; Wiklund, H.; Young, C. R.; Huvenne, V. A. I. 2021. Environemnte, ecology and potential effectiveness of an area protected from deep-sea mining (Clarion Clipperton Zone, abyssal Pacific). Progress in Oceanography, 197: 102653</ref> Bem como fontes hidrotermais, que concentram diversos minerais de alto valor econômico como o cobre, chumbo, prata, ouro e zinco. Por isso, muitas vezes estes ecossistemas são alvos de mineração submarina, causando estresse e possíveis danos nos seres que ali habitam.<ref>Magdalena N. Georgieva, Crispin T.S. Little, Valeriy V. Maslennikov, Adrian G. Glover, Nuriya R. Ayupova, Richard J. Herrington. The history of life at hydrothermal vents, Earth-Science Reviews, Volume 217, 2021, 103602, ISSN 0012-8252, <nowiki>https://doi.org/10.1016/j.earscirev.2021.103602</nowiki>.</ref>  


Outra atividade humana que impacta diretamente os ecossistemas marinhos de mar profundo é a pesca desenfreada. Diversas espécies de interesse comercial que residem junto ao fundo do mar (com hábito de vida bentônico ou demersal), como alguns peixes e crustáceos (caranguejos, camarões, lagostas) são pescados com o uso de redes de arrasto de fundo que causam grandes estragos ao carregar quaisquer materiais e animais que encontram pela frente,<ref>Pusceddu, A.; Bianchelli, S.; Martín, J.; Puig, P.; Palanques, A.; Masqué, P.; Danovaro, R. 2014. Chronic and intensive bottom trawling impairs deep-sea biodiversity and ecosystem functioning. PNAS, 111, n. 24, 8861-8866.</ref> além de armadilhas, que também nem sempre são bem-sucedidas em separar a espécie-alvo do<span style="color:blue" title="Todo o material vivo coletado ou pescado junto de uma espécie-alvo, e que é descartado por não ter interesse comercial.">bycatch</span>.
Outra atividade humana que impacta diretamente os ecossistemas marinhos de mar profundo é a pesca desenfreada. Diversas espécies de interesse comercial que residem junto ao fundo do mar (com hábito de vida bentônico ou demersal), como alguns peixes e crustáceos (caranguejos, camarões, lagostas) são pescados com o uso de redes de arrasto de fundo que causam grandes estragos ao carregar quaisquer materiais e animais que encontram pela frente,<ref>Pusceddu, A.; Bianchelli, S.; Martín, J.; Puig, P.; Palanques, A.; Masqué, P.; Danovaro, R. 2014. Chronic and intensive bottom trawling impairs deep-sea biodiversity and ecosystem functioning. PNAS, 111, n. 24, 8861-8866.</ref> além de armadilhas, que também nem sempre são bem-sucedidas em separar a espécie-alvo do <span style="color:blue" title="Todo o material vivo coletado ou pescado junto de uma espécie-alvo, e que é descartado por não ter interesse comercial.">bycatch</span>.


Por fim, as atividades humanas também afetam os animais de mar profundo de forma indireta. Em 2019 foi detectado pela primeira vez a presença de microplásticos dentro de animais marinhos (crustáceos anfípodes) de seis trincheiras oceânicas distintas (Japão, Izu-Bonin, Mariana, Kermadec, Novas Hébridas e trincheiras Peru-Chile), em profundidades variando de 7.000 m a 10.890 m. Além disso, observaram que mais de 72% dos indivíduos examinados continham pelo menos uma micropartícula em seu organismo, ilustrando que os contaminantes plásticos ocorrem até nas regiões mais profundas dos oceanos.<ref>Jamieson A. J.,  Brooks L. S. R.,  Reid W. D. K.,  Piertney S. B.,  Narayanaswamy B. E. and  Linley T. D.  2019. Microplastics and synthetic particles ingested by deep-sea amphipods in six of the deepest marine ecosystems on EarthR. Soc. open sci.6180667180667 <nowiki>http://doi.org/10.1098/rsos.180667</nowiki></ref>
Por fim, as atividades humanas também afetam os animais de mar profundo de forma indireta. Em 2019 foi detectado pela primeira vez a presença de microplásticos dentro de animais marinhos (crustáceos anfípodes) de seis trincheiras oceânicas distintas (Japão, Izu-Bonin, Mariana, Kermadec, Novas Hébridas e trincheiras Peru-Chile), em profundidades variando de 7.000 m a 10.890 m. Além disso, observaram que mais de 72% dos indivíduos examinados continham pelo menos uma micropartícula em seu organismo, ilustrando que os contaminantes plásticos ocorrem até nas regiões mais profundas dos oceanos.<ref>Jamieson A. J.,  Brooks L. S. R.,  Reid W. D. K.,  Piertney S. B.,  Narayanaswamy B. E. and  Linley T. D.  2019. Microplastics and synthetic particles ingested by deep-sea amphipods in six of the deepest marine ecosystems on EarthR. Soc. open sci.6180667180667 <nowiki>http://doi.org/10.1098/rsos.180667</nowiki></ref>
161

edições