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Entre os diversos ecossistemas que podemos encontrar no ambiente costeiro, temos: praias, costões rochosos, manguezais, marisma, recifes de corais, entre outros.
Entre os diversos ecossistemas que podemos encontrar no ambiente costeiro, temos: praias, costões rochosos, manguezais, marisma, recifes de corais, entre outros.


1. PRAIAS ARENOSAS


1.1 Definições
'''PRAIAS ARENOSAS'''


As praias são depósitos de sedimento inconsolidado, como areia e cascalho, formados na região entre terra e o mar ou outro corpo aquoso de grandes dimensões (rios, lagos) e que são retrabalhados por ondas, marés, ventos e correntes geradas por esses três agentes.<ref>(Voigt, 1998)</ref>  
As praias são depósitos de sedimento inconsolidado, como areia e cascalho, formados na região entre terra e o mar ou outro corpo aquoso de grandes dimensões (rios, lagos) e que são retrabalhados por ondas, marés, ventos e correntes geradas por esses três agentes.<ref>(Voigt, 1998)</ref>  
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São ambientes muito dinâmicos que se ajustam às condições de ondas e maré, atuando como um importante elemento de proteção do litoral6. Além da proteção costeira para os ecossistemas adjacentes e de ser habitat para várias espécies animais e vegetais, as praias são muito importantes para diversas atividades urbanas, recreação e turismo.
São ambientes muito dinâmicos que se ajustam às condições de ondas e maré, atuando como um importante elemento de proteção do litoral6. Além da proteção costeira para os ecossistemas adjacentes e de ser habitat para várias espécies animais e vegetais, as praias são muito importantes para diversas atividades urbanas, recreação e turismo.


1.2. Características gerais e classificações  
Características gerais e classificações  


De acordo com as características das ondas e dos processos costeiros, as praias podem ser classificadas em dissipativas*, reflexivas* e intermediárias*.<ref>Wright, L.D. & Short, A.D. 1984. Morphodynamic variability of surf zones and beaches: a syntesis. Marine Geology, v.56, p.93-118.</ref> Além disso, de acordo com o alcance das marés ao longo de um perfil transversal à linha de costa, as praias podem também ser classificadas em ambientes ou zonas chamadas de pós-praia ou <span style="color:blue" title="Zona que se estende desde o nível do mar durante a maré alta de sizígia até a base de uma falésia, duna, terraço marinho ou linha de vegetação permanente. Nessa área, ocasionalmente, ocorrem ondas de tempestade que podem formar uma berma de tempestade, atingir seu limite superior ou ultrapassá-lo.">supramaré</span>, estirâncio ou <span style="color:blue" title="É a zona da praia localizada entre o nível do mar durante a maré alta de sizígia e o nível do mar durante a maré baixa de sizígia. Os biólogos se referem a essa zona como zona intermaré ou entremarés.">entremarés</span>, <span style="color:blue" title="É a zona que se estende desde o nível do mar durante a maré baixa de sizígia até o nível base de ação das ondas em condições de mar calmo. Também conhecida como zona inframaré por biólogos e geólogos que estudam ambientes de macromarés.">face litorânea ou inframarés</span>, <span style="color:blue" title="É a zona que vai desde o ponto da última quebra normal da onda na face da praia até o limite máximo de ação das ondas de tempestade. Inclui a pós-praia e parte do estirâncio. A posição da face da praia varia com as mudanças diárias e sazonais do nível médio do mar.">praia subaérea</span>, <span style="color:blue" title="É a zona que se estende desde a primeira linha de arrebentação de ondas até o ponto onde ocorre a última quebra da onda na face da praia.">zona de surfe e arrebentação de ondas</span> e <span style="color:blue" title="É a zona compreendida entre o nível base de ação das ondas em condições de mar calmo e a primeira linha de arrebentação de ondas. Nessa zona, ocorre o processo de empolamento de ondas (wave shoaling), que é caracterizado pela redução progressiva do comprimento de onda e aumento de sua altura, resultando na arrebentação das ondas.
De acordo com as características das ondas e dos processos costeiros, as praias podem ser classificadas em dissipativas*, reflexivas* e intermediárias*.<ref>Wright, L.D. & Short, A.D. 1984. Morphodynamic variability of surf zones and beaches: a syntesis. Marine Geology, v.56, p.93-118.</ref> Além disso, de acordo com o alcance das marés ao longo de um perfil transversal à linha de costa, as praias podem também ser classificadas em ambientes ou zonas chamadas de pós-praia ou <span style="color:blue" title="Zona que se estende desde o nível do mar durante a maré alta de sizígia até a base de uma falésia, duna, terraço marinho ou linha de vegetação permanente. Nessa área, ocasionalmente, ocorrem ondas de tempestade que podem formar uma berma de tempestade, atingir seu limite superior ou ultrapassá-lo.">supramaré</span>, estirâncio ou <span style="color:blue" title="É a zona da praia localizada entre o nível do mar durante a maré alta de sizígia e o nível do mar durante a maré baixa de sizígia. Os biólogos se referem a essa zona como zona intermaré ou entremarés.">entremarés</span>, <span style="color:blue" title="É a zona que se estende desde o nível do mar durante a maré baixa de sizígia até o nível base de ação das ondas em condições de mar calmo. Também conhecida como zona inframaré por biólogos e geólogos que estudam ambientes de macromarés.">face litorânea ou inframarés</span>, <span style="color:blue" title="É a zona que vai desde o ponto da última quebra normal da onda na face da praia até o limite máximo de ação das ondas de tempestade. Inclui a pós-praia e parte do estirâncio. A posição da face da praia varia com as mudanças diárias e sazonais do nível médio do mar.">praia subaérea</span>, <span style="color:blue" title="É a zona que se estende desde a primeira linha de arrebentação de ondas até o ponto onde ocorre a última quebra da onda na face da praia.">zona de surfe e arrebentação de ondas</span> e <span style="color:blue" title="É a zona compreendida entre o nível base de ação das ondas em condições de mar calmo e a primeira linha de arrebentação de ondas. Nessa zona, ocorre o processo de empolamento de ondas (wave shoaling), que é caracterizado pela redução progressiva do comprimento de onda e aumento de sua altura, resultando na arrebentação das ondas.
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Entre os vários fatores geológicos que atuam na zona costeira, os processos sedimentares são os mais relevantes para as praias, sendo responsáveis pelos ganhos (deposição) e perdas (erosão) de areia, determinando o seu balanço sedimentar. Os fatores antrópicos englobam as interferências humanas nos ecossistemas costeiros, modificando os demais fatores.
Entre os vários fatores geológicos que atuam na zona costeira, os processos sedimentares são os mais relevantes para as praias, sendo responsáveis pelos ganhos (deposição) e perdas (erosão) de areia, determinando o seu balanço sedimentar. Os fatores antrópicos englobam as interferências humanas nos ecossistemas costeiros, modificando os demais fatores.


1.3 Serviços ecossistêmicos
Serviços ecossistêmicos


As praias desempenham uma variedade de <span style="color:blue" title="São os benefícios diretos e indiretos que os ecossistemas fornecem aos seres humanos e à natureza como resultado das interações entre os organismos vivos, o ambiente físico e os processos naturais. Esses serviços são essenciais para a sobrevivência, o bem-estar e o desenvolvimento sustentável das sociedades.>serviços ecossistêmicos,</span> que são essenciais para o bem-estar das comunidades humanas e a saúde dos ecossistemas costeiros. Alguns dos principais serviços ecossistêmicos das praias incluem biodiversidade, proteção costeira, manutenção da qualidade da água costeira, ciclagem de nutrientes, recreação e turismo, entre outros.
As praias desempenham uma variedade de <span style="color:blue" title="São os benefícios diretos e indiretos que os ecossistemas fornecem aos seres humanos e à natureza como resultado das interações entre os organismos vivos, o ambiente físico e os processos naturais. Esses serviços são essenciais para a sobrevivência, o bem-estar e o desenvolvimento sustentável das sociedades.>serviços ecossistêmicos,</span> que são essenciais para o bem-estar das comunidades humanas e a saúde dos ecossistemas costeiros. Alguns dos principais serviços ecossistêmicos das praias incluem biodiversidade, proteção costeira, manutenção da qualidade da água costeira, ciclagem de nutrientes, recreação e turismo, entre outros.
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É importante ressaltar que as praias arenosas estão sujeitas a uma série de ameaças, incluindo a erosão costeira, o aumento do nível do mar devido às mudanças climáticas, urbanização descontrolada, a poluição e a exploração excessiva de recursos. Estas ameaças podem levar à perda de habitat, à redução da diversidade biológica e à degradação da qualidade desse ecossistema, ameaçando a integridade dos serviços ecossistêmicos das praias. A gestão eficaz das praias arenosas é, portanto, crucial para a conservação desse valioso ecossistema e pode incluir a proteção das áreas costeiras, a restauração de habitats degradados e a mitigação dos impactos das atividades humanas. <ref>Martínez, M. L., Intralawan, A., Vázquez, G., Pérez-Maqueo, O., Sutton, P., & Landgrave, R. (2007). The coasts of our world: Ecological, economic and social importance. Ecological Economics, 63(2–3), 254–272.</ref>Portanto, a conservação e a gestão adequada desses ecossistemas são essenciais para garantir a continuidade dos serviços que eles fornecem.
É importante ressaltar que as praias arenosas estão sujeitas a uma série de ameaças, incluindo a erosão costeira, o aumento do nível do mar devido às mudanças climáticas, urbanização descontrolada, a poluição e a exploração excessiva de recursos. Estas ameaças podem levar à perda de habitat, à redução da diversidade biológica e à degradação da qualidade desse ecossistema, ameaçando a integridade dos serviços ecossistêmicos das praias. A gestão eficaz das praias arenosas é, portanto, crucial para a conservação desse valioso ecossistema e pode incluir a proteção das áreas costeiras, a restauração de habitats degradados e a mitigação dos impactos das atividades humanas. <ref>Martínez, M. L., Intralawan, A., Vázquez, G., Pérez-Maqueo, O., Sutton, P., & Landgrave, R. (2007). The coasts of our world: Ecological, economic and social importance. Ecological Economics, 63(2–3), 254–272.</ref>Portanto, a conservação e a gestão adequada desses ecossistemas são essenciais para garantir a continuidade dos serviços que eles fornecem.


2. COSTÕES ROCHOSOS


2.1  Definições
'''COSTÕES ROCHOSOS'''


Costões rochosos, também conhecidos como rocky shores em inglês, são formações litorâneas de grande importância ecológica e geomorfológica. Eles são caracterizados por estruturas geológicas expostas que se estendem em direção ao mar, formando um habitat único para diversas espécies de plantas, invertebrados, peixes e pássaros.  
Costões rochosos, também conhecidos como rocky shores em inglês, são formações litorâneas de grande importância ecológica e geomorfológica. Eles são caracterizados por estruturas geológicas expostas que se estendem em direção ao mar, formando um habitat único para diversas espécies de plantas, invertebrados, peixes e pássaros.  
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Os costões rochosos são formados por rochas ígneas, metamórficas ou sedimentares, que são expostas à ação das ondas, marés e intemperismo. A ação constante desses processos ao longo do tempo pode resultar em formas e estruturas variadas, como arcos, fendas, plataformas e piscinas naturais.
Os costões rochosos são formados por rochas ígneas, metamórficas ou sedimentares, que são expostas à ação das ondas, marés e intemperismo. A ação constante desses processos ao longo do tempo pode resultar em formas e estruturas variadas, como arcos, fendas, plataformas e piscinas naturais.


2.2 Características gerais e classificações


Uma das características marcantes dos costões rochosos é a zona de influência das marés, que cria uma área única e dinâmica entre os limites da maré alta e baixa. Essa zona, chamada de zona entremarés*, está sujeita a flutuações diárias das condições ambientais, como a exposição ao ar durante a maré baixa e a imersão na água durante a maré alta. Essa alternância de condições cria desafios e oportunidades únicas para os organismos que habitam o costão rochoso.
Características gerais e classificações
 
Uma das características marcantes dos costões rochosos é a zona de influência das marés, que cria uma área única e dinâmica entre os limites da maré alta e baixa. Essa zona, chamada de zona entremarés, está sujeita a flutuações diárias das condições ambientais, como a exposição ao ar durante a maré baixa e a imersão na água durante a maré alta. Essa alternância de condições cria desafios e oportunidades únicas para os organismos que habitam o costão rochoso.


Portanto, a estrutura física dos costões rochosos e a influência das condições oceânicas, como marés, correntes e ondas, bem como a competição por espaço e recursos entre os organismos contribuem para uma zonação nos costões.<ref>Connell, J. H. (1972). Community interactions on marine rocky intertidal shores. Annual Review of Ecology and Systematics, 3(1), 169–192.</ref>  
Portanto, a estrutura física dos costões rochosos e a influência das condições oceânicas, como marés, correntes e ondas, bem como a competição por espaço e recursos entre os organismos contribuem para uma zonação nos costões.<ref>Connell, J. H. (1972). Community interactions on marine rocky intertidal shores. Annual Review of Ecology and Systematics, 3(1), 169–192.</ref>  
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* Zona Infralitoral: Também chamada de zona submersa, está localizada abaixo da maré baixa e é regularmente submersa pelas marés. Nessa zona, a luz solar é menos disponível, e os organismos encontrados são adaptados a essas condições. Aqui os fatores abióticos são relativamente estáveis e as relações de predação e competição regulam as comunidades locais. Algas de maiores tamanhos, como as algas pardas (Sargassum), cnidários (anêmonas), crustáceos (camarão, ermitão, caranguejo), ouriços-do-mar e peixes são comuns nessa área.
* Zona Infralitoral: Também chamada de zona submersa, está localizada abaixo da maré baixa e é regularmente submersa pelas marés. Nessa zona, a luz solar é menos disponível, e os organismos encontrados são adaptados a essas condições. Aqui os fatores abióticos são relativamente estáveis e as relações de predação e competição regulam as comunidades locais. Algas de maiores tamanhos, como as algas pardas (Sargassum), cnidários (anêmonas), crustáceos (camarão, ermitão, caranguejo), ouriços-do-mar e peixes são comuns nessa área.


Na zona entremarés* dos costões rochosos, também ocorrem as chamadas poças de maré, que são depressões onde a água do mar se acumula formando piscinas temporárias. Essas poças estão sujeitas às condições atmosféricas e apresentam alta variabilidade de temperatura e salinidade durante a maré baixa. Os organismos presentes nessas poças de maré são expostos a flutuações extremas nas condições ambientais, o que requer adaptações específicas para sobreviver nesse ambiente dinâmico. Estes microhabitats proporcionam um refúgio para uma variedade de organismos, incluindo moluscos, anêmonas, caranguejos, algas entre outros.<ref>Raffaelli, D., & Hawkins, S. J. (1996). Intertidal ecology. Springer Science & Business Media</ref>
Na zona entremarés dos costões rochosos, também ocorrem as chamadas poças de maré, que são depressões onde a água do mar se acumula formando piscinas temporárias. Essas poças estão sujeitas às condições atmosféricas e apresentam alta variabilidade de temperatura e salinidade durante a maré baixa. Os organismos presentes nessas poças de maré são expostos a flutuações extremas nas condições ambientais, o que requer adaptações específicas para sobreviver nesse ambiente dinâmico. Estes microhabitats proporcionam um refúgio para uma variedade de organismos, incluindo moluscos, anêmonas, caranguejos, algas entre outros.<ref>Raffaelli, D., & Hawkins, S. J. (1996). Intertidal ecology. Springer Science & Business Media</ref>


2.3 Serviços ecossistêmicos
Serviços ecossistêmicos


Os costões rochosos fornecem uma variedade de serviços ecossistêmicos importantes que incluem biodiversidade e habitat; proteção costeira; recreação e turismo; pesca e recursos naturais.
Os costões rochosos fornecem uma variedade de serviços ecossistêmicos importantes que incluem biodiversidade e habitat; proteção costeira; recreação e turismo; pesca e recursos naturais.
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Apesar de sua importância ecológica, os costões rochosos são frequentemente impactados por atividades humanas, incluindo poluição, pesca excessiva e desenvolvimento costeiro. É importante reconhecer e valorizar os serviços ecossistêmicos dos costões rochosos, bem como adotar práticas de manejo sustentável para garantir a conservação desses ecossistemas e sua capacidade de fornecer benefícios contínuos para as comunidades humanas e a natureza. Portanto, a proteção e a gestão destes habitats são cruciais para a conservação da biodiversidade marinha.<ref>Hawkins, S. J., Moore, P. J., Burrows, M. T., Poloczanska, E., Mieszkowska, N., Herbert, R. J. H., Jenkins, S. R., Thompson, R. C., Genner, M. J., & Southward, A. J. (2008). Complex interactions in a rapidly changing world: responses of rocky shore communities to recent climate change. Climate Research, 37(2–3), 123–133</ref>
Apesar de sua importância ecológica, os costões rochosos são frequentemente impactados por atividades humanas, incluindo poluição, pesca excessiva e desenvolvimento costeiro. É importante reconhecer e valorizar os serviços ecossistêmicos dos costões rochosos, bem como adotar práticas de manejo sustentável para garantir a conservação desses ecossistemas e sua capacidade de fornecer benefícios contínuos para as comunidades humanas e a natureza. Portanto, a proteção e a gestão destes habitats são cruciais para a conservação da biodiversidade marinha.<ref>Hawkins, S. J., Moore, P. J., Burrows, M. T., Poloczanska, E., Mieszkowska, N., Herbert, R. J. H., Jenkins, S. R., Thompson, R. C., Genner, M. J., & Southward, A. J. (2008). Complex interactions in a rapidly changing world: responses of rocky shore communities to recent climate change. Climate Research, 37(2–3), 123–133</ref>


3. MANGUEZAIS


3.1  Definições
'''MANGUEZAIS'''


Manguezais são ecossistemas costeiros de transição entre os ambientes terrestre e marinho de grande importância ambiental situados em regiões tropicais e subtropicais. Eles são encontrados em regiões onde as águas do mar e do rio se encontram, como estuários, desembocaduras de rios, lagunas, reentrâncias da costa sujeitas à influência das marés. Os manguezais são formados por árvores e arbustos resistentes, adaptados a condições de salinidade variável, substrato lamoso e inundação periódica.
Manguezais são ecossistemas costeiros de transição entre os ambientes terrestre e marinho de grande importância ambiental situados em regiões tropicais e subtropicais. Eles são encontrados em regiões onde as águas do mar e do rio se encontram, como estuários, desembocaduras de rios, lagunas, reentrâncias da costa sujeitas à influência das marés. Os manguezais são formados por árvores e arbustos resistentes, adaptados a condições de salinidade variável, substrato lamoso e inundação periódica.
2.2 Características gerais e classificações


2.2 Características gerais e classificações
Características gerais e classificações


Os manguezais são caracterizados por apresentarem uma grande diversidade de espécies vegetais e animais adaptadas a condições extremas, como a salinidade elevada e sedimento anóxico, devido a variação do nível d’água durante os intervalos de maré.<ref>Alongi, D. M. (2002). Present state and future of the world’s mangrove forests. Environmental Conservation, 29(3), 331–349. </ref> Entre as espécies vegetais de mangue conhecidas, temos os gêneros Avicennia (mangue-preto), Laguncularia (mangue-branco), Rhizophora (mangue-vermelho) e Conocarpus erectus (mangue de botão).<ref>Rezende, C. E.; Lacerda, L. D.; Bernini, E.; Silva, C. A. R. e; Ovalle, A. R. C.; Aragon, G. T. 2009. Ecologia e biogeoquímica de manguezal. In: Pereira, R. C.; Soares-Gomes, A. Biologia Marinha (2ª ed). Editora Interciência: Rio de Janeiro, p. 361-382.</ref>
Os manguezais são caracterizados por apresentarem uma grande diversidade de espécies vegetais e animais adaptadas a condições extremas, como a salinidade elevada e sedimento anóxico, devido a variação do nível d’água durante os intervalos de maré.<ref>Alongi, D. M. (2002). Present state and future of the world’s mangrove forests. Environmental Conservation, 29(3), 331–349. </ref> Entre as espécies vegetais de mangue conhecidas, temos os gêneros Avicennia (mangue-preto), Laguncularia (mangue-branco), Rhizophora (mangue-vermelho) e Conocarpus erectus (mangue de botão).<ref>Rezende, C. E.; Lacerda, L. D.; Bernini, E.; Silva, C. A. R. e; Ovalle, A. R. C.; Aragon, G. T. 2009. Ecologia e biogeoquímica de manguezal. In: Pereira, R. C.; Soares-Gomes, A. Biologia Marinha (2ª ed). Editora Interciência: Rio de Janeiro, p. 361-382.</ref>
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É importante ressaltar que essa zonação não é rígida, e algumas espécies podem ocorrer em diferentes zonas dependendo de suas características ecológicas. Além disso, as condições ambientais, como o gradiente de salinidade, a topografia local e a influência de fatores climáticos, também podem influenciar a distribuição das espécies dentro do manguezal.
É importante ressaltar que essa zonação não é rígida, e algumas espécies podem ocorrer em diferentes zonas dependendo de suas características ecológicas. Além disso, as condições ambientais, como o gradiente de salinidade, a topografia local e a influência de fatores climáticos, também podem influenciar a distribuição das espécies dentro do manguezal.


3.3 Serviços ecossistêmicos
Serviços ecossistêmicos


Os manguezais desempenham um importante papel na manutenção da saúde dos ecossistemas costeiros e na sustentabilidade das comunidades humanas. Esses ecossistemas funcionam como berçários para diversas espécies marinhas, uma vez que fornecem proteção e alimento para as primeiras fases da vida de muitos organismos. Além disso, contribuem para a manutenção da qualidade da água, por meio da retenção de sedimentos e nutrientes que seriam levados para o mar, ajudando a prevenir a eutrofização de ambientes marinhos.<ref>Nagelkerken, I., Blaber, S. J. M., Bouillon, S., Green, P., Haywood, M., Kirton, L. G., Meynecke, J.-O., Pawlik, J., Penrose, H. M., & Sasekumar, A. (2008). The habitat function of mangroves for terrestrial and marine fauna: a review. Aquatic Botany, 89(2), 155–185.</ref>
Os manguezais desempenham um importante papel na manutenção da saúde dos ecossistemas costeiros e na sustentabilidade das comunidades humanas. Esses ecossistemas funcionam como berçários para diversas espécies marinhas, uma vez que fornecem proteção e alimento para as primeiras fases da vida de muitos organismos. Além disso, contribuem para a manutenção da qualidade da água, por meio da retenção de sedimentos e nutrientes que seriam levados para o mar, ajudando a prevenir a eutrofização de ambientes marinhos.<ref>Nagelkerken, I., Blaber, S. J. M., Bouillon, S., Green, P., Haywood, M., Kirton, L. G., Meynecke, J.-O., Pawlik, J., Penrose, H. M., & Sasekumar, A. (2008). The habitat function of mangroves for terrestrial and marine fauna: a review. Aquatic Botany, 89(2), 155–185.</ref>
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Nesse contexto, a conservação dos manguezais é uma necessidade urgente. Para isso, é preciso não apenas a criação de áreas protegidas, mas também a implementação de políticas públicas efetivas e a conscientização da sociedade sobre a importância desses ecossistemas.<ref>Spalding, M. (2010). World atlas of mangroves. Routledge.</ref>
Nesse contexto, a conservação dos manguezais é uma necessidade urgente. Para isso, é preciso não apenas a criação de áreas protegidas, mas também a implementação de políticas públicas efetivas e a conscientização da sociedade sobre a importância desses ecossistemas.<ref>Spalding, M. (2010). World atlas of mangroves. Routledge.</ref>


4. MARISMAS ou PÂNTANO SALOBRO


4.1 Definições, características gerais e serviços ecossistêmicos
'''MARISMAS ou PÂNTANO SALOBRO'''


Marismas, também conhecidos por pântanos salobros (salt marshes em inglês) são ecossistemas costeiros entremarés caracterizados por vegetação herbácea resistente à salinidade, principalmente gramíneas (''Spartina alterniflora''), juncos (''Juncus effusus'') e ervas, que são inundadas periodicamente por marés de água salgada.
Marismas, também conhecidos por pântanos salobros (salt marshes em inglês) são ecossistemas costeiros entremarés caracterizados por vegetação herbácea resistente à salinidade, principalmente gramíneas (''Spartina alterniflora''), juncos (''Juncus effusus'') e ervas, que são inundadas periodicamente por marés de água salgada.
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Esses ecossistemas costeiros são caracterizados por condições extremas de salinidade e temperatura, sendo frequentemente hipersalinos. A vegetação dominante nessas áreas é composta por angiospermas herbáceas adaptadas a essas variações ambientais.
Esses ecossistemas costeiros são caracterizados por condições extremas de salinidade e temperatura, sendo frequentemente hipersalinos. A vegetação dominante nessas áreas é composta por angiospermas herbáceas adaptadas a essas variações ambientais.


5. LEITOS DE MACRÓFITAS MARINHAS
'''LEITOS DE MACRÓFITAS MARINHAS'''


5.1 Definições, características gerais e serviços ecossistêmicos


Os leitos de macrófitas (plantas superiores – angiospermas) marinhas são definidos por sistemas dominados por plantas com flores, encontrados em águas rasas costeiras salgadas e salobras, em todo o mundo (com exceção das regiões polares). Alguns leitos de macrófitas marinhas podem ocorrer em áreas entremarés baixas.<ref>He, Q; Silliman, B. R. 2019. Climate Change, Human Impacts, and Coastal Ecosystems in the Anthropocene, Current Biology, Volume 29, Issue 19, p. R1021-R1035, ISSN 0960-9822, <nowiki>https://doi.org/10.1016/j.cub.2019.08.042</nowiki>.</ref>
Os leitos de macrófitas (plantas superiores – angiospermas) marinhas são definidos por sistemas dominados por plantas com flores, encontrados em águas rasas costeiras salgadas e salobras, em todo o mundo (com exceção das regiões polares). Alguns leitos de macrófitas marinhas podem ocorrer em áreas entremarés baixas.<ref>He, Q; Silliman, B. R. 2019. Climate Change, Human Impacts, and Coastal Ecosystems in the Anthropocene, Current Biology, Volume 29, Issue 19, p. R1021-R1035, ISSN 0960-9822, <nowiki>https://doi.org/10.1016/j.cub.2019.08.042</nowiki>.</ref>
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Vale ressaltar que a distribuição dos leitos de macrófitas marinhas pode variar de acordo com as condições ambientais locais e a disponibilidade de nutrientes. Além disso, fatores como a poluição, alterações climáticas e atividades humanas podem afetar a saúde e a extensão desses ecossistemas costeiros.
Vale ressaltar que a distribuição dos leitos de macrófitas marinhas pode variar de acordo com as condições ambientais locais e a disponibilidade de nutrientes. Além disso, fatores como a poluição, alterações climáticas e atividades humanas podem afetar a saúde e a extensão desses ecossistemas costeiros.


6. FLORESTAS DE MACROALGAS
'''FLORESTAS DE MACROALGAS'''


6.1 Definições, características gerais e serviços ecossistêmicos


As florestas de macroalgas são verdadeiros bosques submersos, definidos por ecossistemas marinhos rasos cobertos por algas de crescimento denso (grandes algas marrons, como kelps) e encontrados em regiões temperadas de todo o mundo, além de latitudes subpolares, como no Ártico29 . No total, existem 112 espécies de algas da ordem Laminariales, divididos em 33 gêneros diferentes que compõem a maior parte das florestas de algas.
As florestas de macroalgas são verdadeiros bosques submersos, definidos por ecossistemas marinhos rasos cobertos por algas de crescimento denso (grandes algas marrons, como kelps) e encontrados em regiões temperadas de todo o mundo, além de latitudes subpolares, como no Ártico. No total, existem 112 espécies de algas da ordem Laminariales, divididos em 33 gêneros diferentes que compõem a maior parte das florestas de algas.


Nestes ecossistemas, as algas vivem por muito tempo e são capazes de atingir vários metros de comprimento, tornando-as grandes produtoras de biomassa. Como consequência, as florestas de algas abrigam uma grande variedade de espécies, <ref>Wernberg, T., Krumhansl, K., Filbee-Dexter, K., & Pedersen, M. F. (2019). Status and Trends for the World’s Kelp Forests. World Seas: An Environmental Evaluation, 57–78. doi:10.1016/b978-0-12-805052-1.00003-6</ref>como por exemplo, mamíferos marinhos (lontras, focas e leões marinhos), além de aves e invertebrados. Entre os maiores consumidores de kelps estão os ouriços marinhos,<ref>Bedford, A. P.; Moore, P. G. Macrofaunal involvement in the sublittoral decay of kelp debris: the sea urchin Psammechimus miliaris (Gmelin) (Echinodermata: Echinoidea). 1985. Estuarine, Coastal and Shelf Science, 20, n. 1, p. 19-40.  </ref> que destroem os rizoides* das macroalgas (*estruturas “semelhantes” às raízes das plantas, que possibilitam sua fixação no substrato).
Nestes ecossistemas, as algas vivem por muito tempo e são capazes de atingir vários metros de comprimento, tornando-as grandes produtoras de biomassa. Como consequência, as florestas de algas abrigam uma grande variedade de espécies, <ref>Wernberg, T., Krumhansl, K., Filbee-Dexter, K., & Pedersen, M. F. (2019). Status and Trends for the World’s Kelp Forests. World Seas: An Environmental Evaluation, 57–78. doi:10.1016/b978-0-12-805052-1.00003-6</ref>como por exemplo, mamíferos marinhos (lontras, focas e leões marinhos), além de aves e invertebrados. Entre os maiores consumidores de kelps estão os ouriços marinhos,<ref>Bedford, A. P.; Moore, P. G. Macrofaunal involvement in the sublittoral decay of kelp debris: the sea urchin Psammechimus miliaris (Gmelin) (Echinodermata: Echinoidea). 1985. Estuarine, Coastal and Shelf Science, 20, n. 1, p. 19-40.  </ref> que destroem os rizoides das macroalgas (estruturas “semelhantes” às raízes das plantas, que possibilitam sua fixação no substrato).


Alguns dos principais serviços ecossistêmicos das florestas de macroalgas incluem produção primária e sequestro de carbono; ciclagem de nutrientes, habitat e refúgio, proteção costeira.  
Alguns dos principais serviços ecossistêmicos das florestas de macroalgas incluem produção primária e sequestro de carbono; ciclagem de nutrientes, habitat e refúgio, proteção costeira.  
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Elas exercem um papel crucial na proteção costeira, atuando como uma barreira natural contra a erosão. As algas absorvem parte da energia das ondas, ajudando a reduzir a força das correntes e dos ventos e estabilizando o sedimento costeiro. Isso é especialmente importante em áreas onde a vegetação costeira terrestre é escassa.
Elas exercem um papel crucial na proteção costeira, atuando como uma barreira natural contra a erosão. As algas absorvem parte da energia das ondas, ajudando a reduzir a força das correntes e dos ventos e estabilizando o sedimento costeiro. Isso é especialmente importante em áreas onde a vegetação costeira terrestre é escassa.


7. RECIFES DE CORAL
'''RECIFES DE CORAL'''


7.1 Definições


Os recifes de coral são definidos por ecossistemas marinhos tropicais subaquáticos caracterizados por corais que se agregam e constroem os recifes.<ref>He, Q; Silliman, B. R. 2019. Climate Change, Human Impacts, and Coastal Ecosystems in the Anthropocene, Current Biology, Volume 29, Issue 19, p. R1021-R1035, ISSN 0960-9822, <nowiki>https://doi.org/10.1016/j.cub.2019.08.042</nowiki>.</ref> Eles são estruturas formadas principalmente por carbonato de cálcio, que é secretado pelos animais do filo Cnidaria, pertencentes à classe dos Antozoários. Esses animais, chamados corais, existem na forma de pólipos e podem formar colônias. Os corais que são mais conhecidos por formarem recifes são chamados de corais hermatípicos.
Os recifes de coral são definidos por ecossistemas marinhos tropicais subaquáticos caracterizados por corais que se agregam e constroem os recifes.<ref>He, Q; Silliman, B. R. 2019. Climate Change, Human Impacts, and Coastal Ecosystems in the Anthropocene, Current Biology, Volume 29, Issue 19, p. R1021-R1035, ISSN 0960-9822, <nowiki>https://doi.org/10.1016/j.cub.2019.08.042</nowiki>.</ref> Eles são estruturas formadas principalmente por carbonato de cálcio, que é secretado pelos animais do filo Cnidaria, pertencentes à classe dos Antozoários. Esses animais, chamados corais, existem na forma de pólipos e podem formar colônias. Os corais que são mais conhecidos por formarem recifes são chamados de corais hermatípicos.


7.2 Características gerais e classificações


Os corais hermatípicos são encontrados em águas rasas, na zona eufótica, onde há uma grande incidência de luz, pois dependem da luz solar para a fotossíntese realizada pelas suas algas simbióticas. Eles não toleram águas com alto teor de sedimentos e variações significativas de salinidade. Portanto, a falta de luz adequada devido à água turva, sedimentação ou sombreamento por outros organismos, bem como o aporte de água doce oriunda de rios pode limitar o crescimento dos corais hermatípicos.
Os corais hermatípicos são encontrados em águas rasas, na zona eufótica, onde há uma grande incidência de luz, pois dependem da luz solar para a fotossíntese realizada pelas suas algas simbióticas. Eles não toleram águas com alto teor de sedimentos e variações significativas de salinidade. Portanto, a falta de luz adequada devido à água turva, sedimentação ou sombreamento por outros organismos, bem como o aporte de água doce oriunda de rios pode limitar o crescimento dos corais hermatípicos.
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A zonação nos recifes de corais é dinâmica e pode variar em diferentes regiões do mundo, dependendo das condições ambientais locais. No entanto, a compreensão dessa zonação é importante para o estudo e a conservação dos recifes de corais, pois diferentes áreas apresentam características ecológicas distintas e abrigam uma diversidade única de espécies.
A zonação nos recifes de corais é dinâmica e pode variar em diferentes regiões do mundo, dependendo das condições ambientais locais. No entanto, a compreensão dessa zonação é importante para o estudo e a conservação dos recifes de corais, pois diferentes áreas apresentam características ecológicas distintas e abrigam uma diversidade única de espécies.


7.3 Serviços ecossistêmicos
Serviços ecossistêmicos


Os recifes de corais oferecem uma ampla variedade de serviços ecossistêmicos* essenciais para os ecossistemas marinhos e para as comunidades humanas. Alguns dos principais serviços ecossistêmicos dos corais incluem a sua biodiversidade e habitat. Os recifes abrigam uma das mais ricas biodiversidades do planeta, oferecendo habitat e abrigo para uma grande variedade de organismos marinhos, incluindo peixes, crustáceos, moluscos, equinodermos e tartarugas marinhas. <ref>Wolfe, K., Kenyon, T.M. & Mumby, P.J. The biology and ecology of coral rubble and implications for the future of coral reefs. Coral Reefs 40, 1769–1806 (2021). <nowiki>https://doi.org/10.1007/s00338-021-02185-9</nowiki></ref>São ecossistemas complexos e tridimensionais que sustentam uma rede intrincada de interações entre diferentes espécies.  
Os recifes de corais oferecem uma ampla variedade de serviços ecossistêmicos* essenciais para os ecossistemas marinhos e para as comunidades humanas. Alguns dos principais serviços ecossistêmicos dos corais incluem a sua biodiversidade e habitat. Os recifes abrigam uma das mais ricas biodiversidades do planeta, oferecendo habitat e abrigo para uma grande variedade de organismos marinhos, incluindo peixes, crustáceos, moluscos, equinodermos e tartarugas marinhas. <ref>Wolfe, K., Kenyon, T.M. & Mumby, P.J. The biology and ecology of coral rubble and implications for the future of coral reefs. Coral Reefs 40, 1769–1806 (2021). <nowiki>https://doi.org/10.1007/s00338-021-02185-9</nowiki></ref>São ecossistemas complexos e tridimensionais que sustentam uma rede intrincada de interações entre diferentes espécies.  
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8. ZONA COSTEIRA BRASILEIRA
'''ZONA COSTEIRA BRASILEIRA'''


8.1 Definições e características gerais


A zona costeira brasileira é estabelecida como patrimônio nacional na Constituição Federal e compreende uma faixa terrestre de mais de 8500 km e inclui também o mar territorial, correspondente à faixa marinha de 12 milhas náuticas. Apesar do desmatamento e ocupação desordenada, é na zona costeira que se encontra a maior faixa de Mata Atlântica remanescente no país.
A zona costeira brasileira é estabelecida como patrimônio nacional na Constituição Federal e compreende uma faixa terrestre de mais de 8500 km e inclui também o mar territorial, correspondente à faixa marinha de 12 milhas náuticas. Apesar do desmatamento e ocupação desordenada, é na zona costeira que se encontra a maior faixa de Mata Atlântica remanescente no país.
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Além da importância ecológica, a zona costeira brasileira também abriga diversas comunidades humanas, incluindo pescadores artesanais, comunidades tradicionais e populações urbanas. Essas comunidades dependem dos recursos naturais da zona costeira para subsistência, pesca, turismo e outras atividades econômicas.  
Além da importância ecológica, a zona costeira brasileira também abriga diversas comunidades humanas, incluindo pescadores artesanais, comunidades tradicionais e populações urbanas. Essas comunidades dependem dos recursos naturais da zona costeira para subsistência, pesca, turismo e outras atividades econômicas.  


8.2 Comunidades tradicionais da região costeira do Brasil
Comunidades tradicionais da região costeira do Brasil


As comunidades tradicionais da região costeira brasileira são grupos humanos que possuem uma relação ancestral com o ambiente marinho e costeiro. Essas comunidades estão intimamente ligadas aos recursos naturais da costa, dependendo deles para a sua subsistência, cultura, identidade e formas tradicionais de vida.
As comunidades tradicionais da região costeira brasileira são grupos humanos que possuem uma relação ancestral com o ambiente marinho e costeiro. Essas comunidades estão intimamente ligadas aos recursos naturais da costa, dependendo deles para a sua subsistência, cultura, identidade e formas tradicionais de vida.
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